Manifesto

 


Entre 2015 e 2018 mais de 10.000 pessoas morreram a tentar atravessar o Mediterrâneo à procura de abrigo. Somos um grupo de pessoas que pretende relembrar a União Europeia dos seus valores centrais, baseados na Convenção dos Direitos humanos, nomeadamente do direito de asilo.

Nenhuma fronteira deve merecer mais proteção do que uma vida humana.

Há anos que pessoas morrem a tentar atravessar a fronteira Europeia. De ambos os lados das fronteiras há pessoas presas em campos, onde os direitos humanos são violados. Tornar a Europa uma fortaleza não pode ser uma opção.

Precisamos de mais caminhos legais para a migração, precisamos de passagens seguras.

A migração sempre fez parte da história e o direito ao asilo é uma obrigação moral e legal. Defender fronteiras com violência não vai eliminar a motivação para a fuga de um local e não vai parar o tráfico humano.

Queremos democracia, integridade e transparência.

Não nos deixemos enganar com discursos nacionalistas que promovam medo, discriminação e divisão. Usar esta tragédia para promover ideais xenófobos e ganhar poder político é inaceitável.

Precisamos de cidadãos informados e críticos.

A desinformação e generalização leva ao crescimento de mitos perigosos. Procuramos aceder e espalhar informação fidedigna.

A economia deve servir e não restringir as pessoas.

Enquanto houver acesso desigual a oportunidades e recursos, as pessoas continuarão a migrar à procura de uma vida melhor. Enriquecer da guerra ao negociar armamento e explorar recursos naturais de países em desenvolvimento leva a que mais pessoas sejam obrigadas a sair das suas casas. Condenamos sistemas económicos focados na exploração, lucro financeiro e poder. Relembramos a União Europeia do seu compromisso para proteger o ambiente e da sua promessa de desescalada e desmilitarização.

Os direitos humanos devem ser a base fundamental de todas as decisões políticas.

Cooperar com governos instáveis como a Líbia, onde os direitos humanos são inteiramente desconsiderados e  com líderes autocráticos que apenas respondem aos seus próprios interesses é vergonhoso. Estamos indignados com os negócios sujos em que a União Europeia se continua a envolver.

A ajuda humanitária é um dever, nunca um crime.

A criminalização de trabalho humanitário é descabida e negligente. ONGs respondem a situações de emergência que deviam ser da responsabilidade dos governos.

Nós acreditamos que a ação individual faz a diferença.

Quem escolhe assumir uma posição passiva aceita e perpetua as mortes de migrantes. O silêncio deixa espaço para muito mais violações de direitos humanos. Não vamos deixar que isto passe despercebido.

Nós acreditamos que a ação coletiva tem o poder de mudar o mundo.

Juntemo-nos contra a apatia crescente face à violação dos direitos humanos. Queremos sensibilizar as pessoas e apelamos à ação. Estes são os nossos direitos. Este é o nosso problema.