O Colectivo HuBB – Humans Before Borders repudia a operação da PSP na Rua do Benformoso, em Lisboa, na tarde de 19 de Dezembro.
Nesta quinta-feira, dia 19 de Dezembro, a Polícia de Segurança Pública bloqueou as entradas e saídas da Rua do Benformoso, em Lisboa, encostou dezenas de residentes e transeuntes à parede e efetuou rusgas em vários cafés e associações.
Aquilo que o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP descreve como “uma operação especial de prevenção criminal” é, na verdade, um ataque condenável de cariz racista às pessoas migrantes que frequentam o Martim Moniz. Longe de ser um incidente isolado, esta operação acontece como apenas a última de uma série de agressões por parte das autoridades portuguesas a pessoas migrantes e em situação de sem-abrigo naquela zona da cidade, das quais se destacam a operação de fiscalização da PSP e ASAE com o objectivo alegado de “combater a percepção de insegurança entre os cidadãos” e as várias remoções de tendas ao longo da Avenida Almirante Reis.
“Este é mais um ataque aos direitos de migrantes em Portugal por parte de um governo que, desde que tomou posse, insiste em colar a migração à criminalidade. Esta falsidade não é inocente. É uma mentira descarada. E estas operações não passam de performances de crueldade com o objetivo de aliciar o eleitorado da extrema-direita”, refere Miguel Duarte, activista do colectivo. Marta Bernardo, também activista da HuBB, sublinha que “tratar estas pessoas como suspeitas retira-lhes a dignidade, despe-lhes o rosto e desumaniza-as. Vem também mostrar, mais uma vez, em plena luz do dia, a crescente violência estrutural levada a cabo pelos serviços de segurança pública, particularmente para com a população
migrante”.
O colectivo HuBB – Humans Before Borders exige o fim destas manobras discriminatórias que agravam o estigma contra pessoas migrantes que se faz sentir na sociedade portuguesa. Igualdade de direitos é o mínimo que a decência nos impõe.