Festival Passagens 2023

Organizámos uma segunda edição do Festival Passagens!

Em 2023, no Quartel Largo Residências, entre os dias 6 e 7 de Maio, passámos o fim-de-semana a aprender, discutir e celebrar a migração rodeados de música, conversas, comida e muito mais. 

Onde? Largo do Cabeço de Bola – Quartel Largo Residências

Quando? 6 e 7 de Maio de 2023

Abertura de portas: 14h


Música

Luca Argel (voz e guitarra)

Cantor e compositor luso-brasileiro, em Portugal há mais de 10 anos. Canta com os grupos Samba Sem Fronteiras e a Orquestra Bamba Social, muito baseados no Samba.

Para além de músico, considera-se ativista político e um artista cujas “experiências musicais que desconhecem fronteiras.”

in https://lucaargel.com/

Colectivo Gira

Um movimento de mulheres imigrantes em Portugal que promove a cultura afro-brasileira e a igualdade de género através do samba. Vão mostrar-nos que o samba não tem fronteiras e que é uma forma poderosa de expressão e resistência.

in https://www.instagram.com/gira.coletivo/?hl=en

Mista Sanches

Produz maioritariamente instrumentais Lo-fi Hip-hop mas também trabalha outros estilos devido à grande influência de ritmos africanos e afro-brasileiros na sua música.

in https://mistasanches.wixsite.com/mistasanches/about

Hamro Ghar

Com eles viajaremos até à Ásia. A cultura nepalesa estará presente através da forte presença deste grupo e das sonoridades dos instrumentos tradicionais do seu país de origem.


Poesia. Estrangeiros no labirinto.

Com Manuella Bezerra de Melo e Hannah Bastos.

“Poemas, fragmentos costurados e suturados na própria carne e pedaços de narrativas soltas são recursos que tecem o mapa que guiará o imigrante pelo labirinto. Enquanto caminham por este mapa, duas poetas, duas vozes imigrantes, unem-se em uma leitura performativa que deverá conduzir o estrangeiro, mas não somente ele, neste caminho de sobrevivência, pertença e transformação de si e de todo eixo da terra.”
Texto e produção: Manuella Bezerra de Melo
Performance: Manuella Bezerra de Melo/Hannah Bastos

Manuella Bezerra de Melo é autora de “Pés Pequenos pra Tanto Corpo” (Urutau; 2019, 2023), “Pra que roam os cães nessa hecatombe” (Macabea, 2020), “Um Fado Atlântico” (Urutau,2022) e “Nova Poesia Brasileira: território, disputa e resistência” (Zouk, 2013). Organizou a coleção de antologias “Volta para a tua terra” (Urutau, 2021; 2022) e participou de outras enquanto autora, entre elas a “Um Brasil ainda em chamas” (Contracapa, 2022) e “A Boca no ouvido de Alguém” (Através, 2023). Tem poemas e contos publicados em revistas literárias no Brasil, Portugal, Espanha, Argentina, Angola, Moçambique, Colômbia, México, Equador e EUA. É diretora artística e realizadora do “Minha Poetry Slam”, em Guimarães. É graduada em Comunicação Social com especialização em Literatura Brasileira, mestre em Teoria da Literatura e Literaturas Lusófonas e frequenta o Programa Doutoral em Modernidades Comparadas da Universidade do Minho, no norte de Portugal, onde vive desde 2017.

Hannah Bastos nasceu na Paraíba, mas reside em Guimarães. Licenciada em Estudos Portugueses pela Universidade do Minho, integra o Grupo de Estudos Brasileiros (GEB) e é pesquisadora autónoma sobre experiências afro-diaspóricas e decoloniais. O seu conto “papas de aveia” foi publicado pela editora Urutau no segundo volume da coleção de antologias “Volta para tua Terra”. Coordena o clube “Mulheres do Atlântico”, voltado para a literatura afro-diaspórica produzida por mulheres, e compõe a equipa que realiza o “Minha Poetry Slam” em Guimarães.


Conversas

As faces do racismo na saúde em Portugal.

Curadoria: Associação Samané.

Na conversa ‘As Faces do Racismo na Saúde em Portugal’, co-curada e moderada pela Associação SaMaNe, falámos sobre as experiências de pessoas negras e racializadas no acesso e utilização dos serviços de saúde em Portugal , com especial foco nas discriminações múltiplas que possam ter experienciado.

Samane é uma associação que trabalha as questões de saúde materna das mulheres negras e racializadas em Portugal. O foco do trabalho é tornar visíveis as dificuldades que estas mulheres encontram durante a gravidez, parto e pós parto. Pretendem alcançar um patamar de visibilidade que permita a promoção ao direito de igualdade das condições das mulheres negras e racializadas que têm ou que pretendam vir a ter bebés em Portugal.

Políticas Migratórias em Portugal.

Curadoria: Casa do Brasil

Na conversa ‘Políticas Migratórias em Portugal’, co-curada e moderada pela Casa do Brasil de Lisboa, discutimos os grandes problemas do sistema de fronteiras Português, com especial foco no novo visto de procura de trabalho e as novas alterações à Lei dos Estrangeiros.

A Casa do Brasil é uma associação de imigrantes, sem fins lucrativos, que, desde 1992, tem tido um papel ativo e fundamental na reflexão, implementação e reivindicação de políticas públicas igualitárias para as comunidades imigrantes em Portugal. Através de diversos projetos e ações, desenvolve trabalho na área do ativismo, da intervenção social e na promoção e valorização da interculturalidade e da integração através da arte.

Interseccionalidade de migrantes queer: a realidade portuguesa.

Curadoria: Humans Before Borders (HuBB)

Na conversa “Interseccionalidade de migrantes queer: a realidade portuguesa”Partindo da unicidade e complexidade da experiência migratória queer, refletimos sobre como Portugal apoia pessoas migrantes LGBTQI+ ou como é que as está a falhar.

HuBB é um coletivo de pessoas voluntárias e ativistas bem informadas e dispostas a lutar por um mundo onde os direitos das pessoas refugiadas e migrantes sejam cumpridos.


Exposições Fotográficas.

They took away our voice.

“They took away our voice. So we will tell our story through pictures instead” é o título da excepcional exposição fotográfica que reúne mais de cinquenta fotografias de mulheres que frequentam a “School Photography”. A “Photography School” nasceu no norte da Grécia em Novembro de 2020 num espaço seguro para a população feminina do campo de refugiados de Diavata, ao norte de Thessaloniki. De 2020 a fevereiro de 2023, participaram mais de 40 meninas e mulheres do acampamento, com idades entre 10 e 34 anos.  Oriundas do Afeganistão, Irão, Curdistão, Iraque, Síria e têm histórias de opressão, medo, dor, mas também de esperança e redenção por trás deles.
O projeto nasceu com o desejo e o propósito de dar voz a essas mulheres que perderam a voz. Em vez de simplesmente ir fotografá-las, preferi dar-lhes ferramentas, técnicas e tempo para poderem falar de si próprias. Com os seus trabalhos fotográficos, estas mulheres têm a seu crédito várias exposições fotográficas na Europa e prestigiadas colaborações com a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Médicos Sem Fronteiras, Art 4 Humanity e outras. Os seus trabalhos foram publicados em vários jornais e revistas internacionais (CNN, il Venerdì
di Repubblica) e as fotos ganharam vários prémios,, incluindo o  “Single Shot” do “Festival of Ethical Photography”; o “Global Peace Photo Award”; o 1.º prémio no “Champion of Equality” e o 2.º prémio no“Roma Photography”. 
A exposição é concebida pelo “Circolo Fotografico Palmarino” e conta com o apoio da Câmara Municipal de Palmanova.


Se quiser, pode adquirir as suas fotografias no site da Art 4 Humanity: https://a4humanity.com/29-photographs 


Instagram: 
zoxhrw.mkh; farzana.naeemii; masoume.photography; Mattiaflip; circolofotograficopalmarino

Exposições Fotográficas.

Every life matters – About the flight across the Mediterranean Sea.


Resgate marítimo. Esta exposição tem como objetivo mostrar o que isso significa. Através de 40 fotos tiradas em missões de resgate pela organização Sea-Eye, o projeto procura mostrar as várias dimensões do resgate marítimo e chamar a atenção para a situação precária dos refugiados no Mar Mediterrâneo num ambiente artístico. Idealmente, num futuro próximo, as organizações civis de resgate marítimo, como a
Sea-Eye, tornar-se-ão desnecessárias porque existirão rotas migratórias mais seguras, ou, na melhor das hipóteses, as pessoas não terão de abandonar as suas casas.
Desde 2015, a Sea-Eye tem atuado no Mediterrâneo com navios financiados por doações para resgatar pessoas no mar. Estas missões de busca e salvamento duram geralmente várias semanas e consistem em várias fases, tais como: formação da tripulação fora de um porto europeu; busca e resgate de pessoas em perigo no mar e a espera por um porto seguro que permita ao navio atracar com os refugiados a bordo, por vezes durante várias semanas. A exposição também reflete essas fases. Estamos cientes de que a exposição mostra pessoas em momentos vulneráveis, pelo
que tentamos lidar com isso com sensibilidade. Por esse motivo, a Sea-Eye não mostra rostos de refugiados.
Poderá deixar o seu feedback e sugestões sobre como a exposição poderá ser melhorada para o futuro:


Artistas Convidados.

Raphael Nunes Pacheco

Raphael Nunes Pacheco nasceu em Uberlândia, MG-Brasil e veio para Portugal com 3 anos, cresceu em Portugal filho de imigrantes antes de voltar ao Brasil onde ficou 10 anos sonhando em retornar a Portugal.

Presenciou desde os 3 anos o esforço e dedicação dos pais de contribuir, se adaptarem e se sentirem parte do país, e, no meio dessa insegurança toda e a consequente solidão, escapou para a Arte.

Instagram: @Deslaias

Email: iraphaelnunes@gmail.com

Tatianne Lemos

Varietati é Tatianne Lemos de Araújo Ponte, nascide e criade no nordeste do Brasil, na cidade de João Pessoa, PB, em 17 de junho de 1993. Vive em Portugal desde 2013. Artiste autodidata que transita pelos mais diversos campos da arte, iniciou sua trajetória como tatuadore, seguindo um estilo muito próprio de desenhos em linha única e fineline. Seus interesses pessoais passam pela performance, performatividade estético-política, intermídia, gênero, vidas, ações urbanas e ações estético-políticas. Acredita firmemente que a arte pode se instalar em lugares não institucionais e busca sensibilizar outras corpas que agregar experiências neste sentido, atentes para os escombros dos dia-a-dia que compartilhamos. No Coletivo Epifania ocupa um relevante papel de agregadore e articuladore nas vivências cotidianas. Atente aos sinais de falência dos projetos políticos e identitários, continua sua luta em busca de possibilidade ainda por vir, capazes de lidar com a fragilidade da vida, principalmente para as corpas dissidentes.

Atualmente iniciou um projeto interativo de esculturas em arame, onde o público utiliza lanternas para criar projeções distintas por trás da superfície onde está fixada, com o objetivo de tensionar a percepção e beleza do escuro e do opaco.

Instagram: @_varietati @tatitatuink

Maria Clara Lima Pinheiro

Maria Clara Lima Pinheiro, de 22 anos, é multiartista amazônida e brasileira, natural de Belém, no estado do Pará. Tendo estudado Artes Visuais, pela Universidade Federal do Pará, e hoje é estudante de Artes Plásticas, pela Universidade do Porto, em Portugal. A mesma trabalha em diversas linguagens artísticas, como artes visuais, arte urbana, música e moda, com foco em vivências amazônidas e democratização da arte.

Email: mariaclaralima1831@gmail.com

Instagram: @mariapinheiroo

Maria Rasheed

Maria Rasheed nasceu na Síria em 1999, onde viveu até há dois meses, vivendo atualmente em Lisboa em situação de refúgio. Formada em Belas Artes, no College of Fine Arts da Universidade de Damasco, tem particular interesse nas técnicas de desenho, escultura, fotografia e design.

Para além do seu trabalho individual já colaborou em acções de voluntariado para a pintura de arte urbana em espaços públicos. Muito pouco tempo depois de ter chegado a Portugal, teve conhecimento do projecto Residências Refúgio, e no contacto com a mediadora da mesma nacionalidade, ficou a conhecer as actividades e oportunidades de dar continuidade ao trabalho artístico, nascendo assim a primeira colaboração com o projecto.