«Tinha sete anos quando atravessei a fronteira, a 23 de Janeiro de 1965, para Hendaia. Não tenho memória de chegar a França. Como descrever um acontecimento de que não se tem memória, a não ser procurando a história própria na de outros?» José Vieira. O realizador procura, neste documentário, filmar o problema dos que partiram à procura de uma vida melhor. A memória pode ser um elemento que ajuda a perceber o que está a acontecer hoje com os movimentos migratórios. Toda a imigração existe à procura de futuro. O documentário não esconde os problemas políticos em França no que toca à questão migratória, do seu passado colonial e as tensões com a comunidade muçulmana e magrebina e na visão meramente “utilitária” do imigrante desde os anos 1960.
